Somos Spring 2008

Page 1


writing

Ta b l e o f

arte

C o n t e n t s

3 5 8 10 11 13 14 15 16 19 20 22

Azul Esperança e Desilusão Until the Night Ends Luncho Con Espadas de Ceniza Relaciones Humanas Artistas Hija de la Condenacion Reflexíon Endecha Caigo My María Editors’ Farewell

1 4 6 7 8 11 15 17 18 21 24

Self-portrait Vino Tinto Que Pena Eléctrica Justar Con el Puesto del Sol Sin Titulo Gato en las Afueras de las Ombras Colombiana en Movimiento De Noche Venezia Sexo y Religion Sin Titulo


A

Z

U

L

Ahora, que he llegado a amarte, tengo que pensarte y conjurarte en todas tus maneras y permutaciones. Si llegara a darse el caso, si fuera a pasar, por ejemplo que tuviera que reducirte a un color proclamaría sin dudas que tu serías azul solitario e infinito azul frío sin embargo, con promesas de volver a la inocencia. Amor, cuando te pienso azul (y mira que verdaderamente lo eres dado el caso de ser un color) te haces mío, sin contradicciones porque el crepúsculo me pertenece más que 1 a nadie a mí (que digo yo) más que a nadie, porque eres azul de ojos de lobo casi domesticado azul de mar a lo lejos y cielo surrealista azul casi incoloro de diamantes dementes y arpegios en clave menor. Es un honor saber que éste azul, y todo lo que contamina es mío y eres tú y no es coincidencia, ahora que he llegado a amarte, que el honor sea azul.

Heilyn Paulino ‘09

3


Vino Tinto, Alejandra Martinez; photograph

4


Esperança e Desilusão Mia Couto explora a identidade do povo Moçambicano através dos seus contos poéticos. Usando criatividade e invenção linguística, ele consegue pintar um retrato da sociedade Moçambicana, mostrando exemplos de conflitos político-sociais, de horrores de guerra, e da beleza da infância. Sente-se através dos seus contos a dor do seu povo relacionada principalmente com a guerra, e também uma mistura agridoce de desilusão no presente e esperança no futuro. Em parte, Mia Couto mostra, através dos personagens nos seus contos, como a criação de ilusões pode servir para pessoas como maneira de lidar com os horrores de guerra e as grandes dificuldades da vida; por outro lado, olhando para o futuro, ele transmite uma grande esperança nos jovens, particularmente no seu poder criativo e na sua inocência. Muitos dos contos escritos por Mia Couto tratam de examinar a guerra civil de Moçambique, focando os efeitos da guerra nos inocentes e na maneira como a gente lida com as tristezas que a acompanham. Muitos dos personagens afectados pela guerra criam ilusões para se protegerem, pelo menos em parte, dos horrores com que têm que viver. Por exemplo, em A Carta o personagem principal é uma mãe que perdeu o seu filho, e ela cria a ilusão do seu filho ainda estar vivo. Um homem vem à sua casa regularmente ler-lhe as novas notícias enviadas pelo seu filho. Mas na realidade, o filho já está morto, e cada vez que o homem vem à casa da mulher, ela dá-lhe a mesma velha carta e ele finge lê-la, fabricando novas histórias da vida do filho, criando uma falsa vida, uma ilusão que de alguma maneira dá conforto à mulher. Ela até diz, “Modo que eu vivo, fazendo de conta.” (11) Em parte a mulher vive esta ilusão porque assim não tem que confrontar a verdade, mas ao mesmo tempo ela está escondendo algo de si própria. Ao final do conto, ela parece finalmente confrontar esta ilusão, atirando a carta velha para o fogo; mas mesmo assim, ela finge em frente do homem que não está a chorar e que a carta não está a arder. Como o narrador diz, “Na própria doideira nos vamos loucurando.” (11) A doideira da mulher parece servir em parte como cura da tristeza imensa que sente, mas por outro lado, a sua loucura não está a desaparecer, está simplesmente a modificar-se; ela continua a viver uma vida não com-

pletamente real, fingindo que nada de mal se passou. Uma história parecida é A velha e a aranha. Neste conto o personagem principal é outra vez uma mãe que sente a falta do seu filho. Ela está esperando ansiosamente que ele volte, e vai todos os dias vestir o seu vestido mais bonito com a esperança que esse seja o dia do seu regresso. Mas de cada vez, “Em triste suspiro, a roupa da ilusão voltava aos guardos.” (33) Como em A Carta, esta mulher está vivendo uma ilusão, esperando que o seu filho morto volte da guerra. É esta ilusão que permite que ela continue vivendo. Ela diz, “Depressa-te, Antoninho, a minha vida está-te à espera.” (34) Ao final, ela já não consegue esperar mais, e cai morta; a ilusão já não a conseguia sustentar. Estes dois exemplos, em A Carta e A velha e a aranha, mostram como certas pessoas muitas vezes criam ilusões para lidar com realidades horríveis, mas Mia Couto não se limita simplesmente a fazer esta ilustração sobre a guerra; ele mostra também como muitas vezes os mais inocentes são os que pagam o preço da guerra. O conto O dia em que explodiu Mabata-bata explora esta idea do sofrimento dos inocentes como consequência da guerra. Esta é uma história bonita, mas ao mesmo tempo muito triste. O autor cria uma imagem do personagem principal, “um pequeno pastor” (47), completamente inocente e cheio de juventude, mas pressionado pelas ameaças do tio. Quando o boi explode, ele não entende que a explosão foi causada por uma mina militar; pensa que talvez fosse o resultado de um relâmpago ou, considerando que o céu estava limpo, talvez fosse ndlati, a ave do relâmpago. Esta incapacidade de entender o que se passou com o boi serve como metáfora da ingenuidade que as crianças têm em relação à guerra. Elas não conhecem as suas horríveis verdades e, talvez mais importante, não têm a capacidade de entender o espírito de maldade que fomenta a guerra. O pastorzinho, chamado Azarias, é o símbolo da inocêencia dos jovens. A única coisa que ele quer é viver feliz, ir à escola, e ser bom filho amado pela sua avó e o tio. Infelizmente, parece que nada está a seu favor. Vive com medo de ser castigado pelo tio

5


Pena, Alejandra Martinez; photograph e tenta fugir, mas não consegue. Quer assistir à escola, mas o tio não lhe permite. Não chateia ninguém e trata bem dos animais, mas mesmo assim é castigado fatalmente pela guerra. Ele é bom rapaz, mas não consegue escapar dos maus da sua terra. A inocência do rapaz tem uma beleza que é criada em grande parte pela linguagem simples e bonita do autor. A maneira como o narrador descreve a explosão do boi é tão poética que dá a sensação que foi visto através dos olhos de um jovem sem conhecimento dos males da vida. Ele diz, “A carne eram já borboletas vermelhas. Os ossos eram moedas espalhadas. Os chifres ficaram num qualquer ramo, ba-

6

louçando a imitar a vida, no invisível do vento.” (47) Esta linguagem poética e metafórica aumenta o sentimento de beleza da juventude e da inocência já presente na história. Tristemente, esta inocência é abusada e roubada no fim do conto, não só pela mina que o Azarias pisa, mas também pelo seu tio mentiroso que promete insinceramente que deixará que o rapaz assista à escola se ele sair do esconderijo com os bois. No final, o rapaz, um símblo da inocência, pureza, e boas intenções, é destruído pela sociedade cruel e desumana em que vive. Para além de usar jovens como exemplos da injustiça de guerra, Mia Couto tenta captar e ilustrar o poder criativo e a visão optimista

da juventude. O conto O viajante clandestino é um exemplo efático deste tema nos contos de Mia Couto. Nesta história, o autor explora a criatividade linguística dum menino bastante novo. Ele está num aeroporto experimentando e aprendendo palavras novas; por exemplo ele diz “arvião” em vez de “avião” e pergunta se uma “avioneta é a neta do avião”. (21) Outra palavra que inventa é “passaporteiro”, o nome para o “senhor dos passaportes” como corrige a mãe. Ela está sempre a corrigir o filho como se ele fosse um tolo a inventar palavras ridículas. Mas o narrador, a voz de Mia Couto, vê uma beleza e impressionante criatividade nas criações linguísticas do menino. O narrador


aprecia a imaginação do menino e acha-o uma inspiração artística. Mais profundamente, esta história serve como uma grande metáfora do processo artístico. Especificamente, a mensagem do autor é que a inspiração dele vem em grande parte de crianças, ou que para ser bem sucedido na produção de arte é necessario pensar como uma criança, explorando as belezas das coisas mais simples do mundo. Fundamentalmente, é a novidade do mundo da perspectiva dos jovens que lhes dá olhos para ver o que vêem; estão a explorar um novo mundo e tentando entendê-lo e explicá-lo. Por isso,

é a habilidade dos artístas para ver o mundo da mesma maneira que uma criança o vê que lhes dá o poder para produzir obras de arte que, fundamentalmente, representam as mais básicas emoções, ideias, e sentimentos que existem no mundo. Em conclusão, Mia Couto explora uma grande variedade de temas e ideias nas suas colecções de contos, mas há duas ideias muito importantes que aparecem nas histórias vez atrás de vez: são as ideias da desilusão no presente e a esperança no futuro. Muitos dos personagens nos contos de Mia Couto tentam lidar com os problemas da vida (relacionados com guerra, pobreza, e outras

tristezas) através da criação de ilusões. Estas ilusões, ou falsas realidades, fazem que seja mais fácil viver com os problemas do presente. Olhando para o futuro, Mia Couto vê os jovens como a esperança; a imaginação, optimismo, e inocência deles é o que levará o povo Moçambicano para fora da miséria do presente. São eles que acabarão com a necessidade de criar ilusões, e são eles que darão a inspiração criativa necessária para a produção de arte e, por conseguinte, uma humanidade mais profunda.

Manuel Possolo ‘09, Amidst despair, he searches for hope. Within the fog of war, he attempts to see the unseen

Justar Con el Puesto del Sol, Joshua Tropp; photograph

7


La Estrella her name su nombre a contrast of the most elemental beauty brillando allá arriba como si fuera… como si fuera… un hoyo.

Until the Night Ends

Inspired by the short story “I Heard Her Sing” by Guillermo Cabrera Infante

defined by what she is not a vast, treacherous darkness whose “monstrously beautiful” thickness envelops the pages and si tuviera otra vida querría conocer su belleza salvaje her savage beauty Because…. she is life. What else could there be than the “lower depths, wet kissing, wet all over, wet in the dark and wet forgotten” Estrella Estrella. la inspiración de Dios la luz no existiría sin ella porque she started it all. mulata por nombre darkness by description a depiction so “black, black, black utterly and finally eternally black” that she needs Irenita to balance the words and spin the verbs so they appear in ink para que aparezcan en tinta like “teeth gleaming in the darkness” the ultimate of dualities La Estrella is living proof that light does not allow night to be but the other way around. y cuando una pluma sangra en las hojas it is only re-claiming what is rightfully hers. Lo oscuro La Estrella que canta en una voz que puede romper las almas de la muchedumbre con una nota y repararlas con la siguiente

8

Jennifer Quiroa; Oil on Canvas


She is too powerful to sing any other way and too tortured to be silenced so Irenita la muñeca no tiene lugar en la casa de La Estrella. Her infinite thighs cubren a todo el mundo and if you try to move without inhaling her sweet stickiness, her honey, you will choke on oblivion. Night falls y La Estrella calls across the sky in multi-hued tones “sepia at one moment, then earth-brown, then chocolate, tobacco, sugar-colored, black, cinnamon now, now coffee, now white coffee, now honey” she is edibly tangible fertilizing la tierra with her girth and you wonder why he says he wants to be “blinded by darkness” and prefers “choosing night instead of day” It is better to experience in a photo’s negative than to not be positive that the sun is even real. and sex can only really be translated when it is áspero e improvisado como La Estrella swaying infinitely. She oozes humanity y suda feminidad se puede sentir su presencia como lágrimas deslizando por la piel but she’ll make the people fall in love with their goosebumps. It is the ultimate misfortune that she is here “para servirle” only until the night ends.

Anna Darby ‘10

9


Lucho Con Espadas de Ceniza Lucho con espadas de ceniza La Guerra de las guerras; Escribo con palabras de tiza El Poema de los poemas. Salgo a conquistar la arena Con la piedra de mi juventud; En el agua murmura la ballena, Susurros de una antigua lentitud. De golpe, como parpadea en blanco El jazmĂ­n soĂąoliento, mi alma Desprende su riqueza, y en vano Busca la nariz de lo eterno. Mas no me voy a dar por vencido, Ni seguir luchando puedo; El Poema no lo he entendido Y la Guerra ya no la quiero.

Andrew Victor Posner, GS Center for Environmental Studies

10


Relaciones Humanas En la escuela todo era lo mismo. Las paredes verdes, los techos bajos, los pisos alfombrados, la gente amueblada. Por eso siempre se sintió incómoda, le parecía que después de un rato, todo empezaba a tornarse de un color extraño, o para ser más preciso, todo adquiría una cualidad diferente, ajena a su condición inicial. Y así se encontraba ahora, mirando a su alrededor, tratando de enfocar su pensamiento en ese libro que sostenía entre sus manos, casi como adorno, sin poder dejar de leer la misma oración una y otra vez para ver si así podría finalmente entender lo que leía. Estaba distraída pensando en la otra noche. La noche en que había compartido con ese muchacho que estaba frente a ella ahora, también con un libro en mano, pero aparentemente capaz de mantener su concentración sin levantar su mirada hacia ella tan seguido como ella quisiera, el mismo con quien había compartido un beso, y solo un beso, esa noche después de haber bebido lo suficiente para sentirse desconectada del mundo pero no lo suficiente para realmente estarlo, después de la fiesta, un beso tierno, casi infantil, entre sonrisas y risillas, durante un encuentro fugaz en las escaleras (ella bajaba para ir al baño, él regresaba de ahí mismo). Pensaba en esa noche y en ese beso, no porque le producía un cosquilleo en el estómago, o porque le llevaba una sonrisa a su rostro, ni porque el recuerdo le llenaba de la esperanza de haber finalmente encontrado el amor o cualquiera de esos sueños pueriles de colegiala que vienen a mente cuando alguien recurre una y otra vez a la misma imagen mental. No. Solo le gustaba recordarse en momentos ajenos al momento en que los pensaba. Como si fuera otra la del recuerdo. Ese encuentro ahora solo era una memoria y ella podría hacer con ella lo que quisiera, hasta pretender que nunca había pasado.

Gato en las Afueras de la Ombras, Joshua Tropp; photograph

—Hola, ¿Cómo estas? —Bien, ¿y tú? —También bien. —Oye, ¿que te parece si mejor tomas un receso? Te he visto que has estado leyendo mucho. Su mente empezó a trabajar. ¿Qué significaba eso exactamente? ¿Estaba siendo sarcástico? ¿Creyó realmente que trabajaba todo este tiempo, mientras su vista rondaba por todos lados? Seguramente quería llevarla a algún lado. Le invitaría un café. Se sentarían en una mesita con vista a la calle para poder perder la mirada en algo un poco más interesante cuando se volviera demasiado incómodo verse a los ojos por mucho tiempo. Hablarían de cosas sin sentido al principio, de la escuela, del clima, del café, de todo lo que se dice para no decir nada. Después ella señalaría esto

11


y se reirían un poco y tal vez empezarían a hablar de cosas que realmente les interesan. Y seguramente que compartirían muchas cosas en común. Se le notaba. Era del tipo de muchacho que podía soportar, del tipo que tal vez le podría llegar a gustar, si es que no decía muchas tonterías y no pretendía ser lo que no era. Se volverían a ver en otra fiesta o en otro café, y tal vez en la fiesta se llegarían a acostar o tal vez en el café se daría cuenta de que él era un engreído insoportable. — ¿Vamos a caminar un rato? O tal vez a la mañana siguiente se despertaría a su lado y se enamoraría de su olor matinal, irían a desayunar y se reirían de todo y de nada y disfrutarían de ese acercamiento fantasioso que acompaña cualquier acto íntimo con algún extraño. Después de unos días tal vez volverían a verse y esta vez realmente se daría cuenta de que sí se gustaban y los encuentros se volverían más frecuentes, el sexo más divertido, y ella lograría ver algo singular en sus ojos y le haría creer que tal vez se estaba enamorando del muchacho que ya le había dicho que la amaba antes de que ella lograra tener esa palabra en mente. O tal vez a la mañana siguiente, después de no haber dormido bien porque nunca es cómodo compartir la cama con alguien que patea y es ladrón de cobijas, se diera cuenta que él no era lo que pensó que tal vez sería. El se levantaría y empezaría a actuar de manera extraña, tratando de esconder su desnudez o tratando de irse lo más pronto posible sin ser grosero. O aunque fueran a desayunar, la conversación más interesante que tendría sería con el mesero, al pedir el anhelado desayuno, y la despedida sería extraña y sentiría un gran alivio al despedirse de él, y él se volvería uno más. Tal vez al principio se continuaran saludando cuando se vieran, un ligero movimiento de cabeza, una sonrisa, una mano al aire, o tal vez nada, ningún reconocimiento de existencia, al menos que fuera una situación inevitable, tener que esperar en cola uno tras el otro, un pasillo demasiado estrecho, el universo conspirando, jugando con el tiempo obligándolos a aceptar su condición ridícula con una sonrisa forzada o una mirada perdida. —Claro. Ahora caminaba a su lado. Un ligero tambaleo al caminar hacía que chocara de vez en cuando con el muchacho, llevando un tenue rubor a sus mejillas. Va creer que estoy nerviosa, pensó. ¿Qué se supone que pasaría ahora? La incertidumbre le mataba. La otra noche creyó tener el control de la situación. Ella decidió el beso, aunque él también lo hubiera decidido y aunque las circunstancias lo hubieran propiciado. Ahora no sabía qué esperar. Tal vez para cuando llegaran al parque el sol se estuviera poniendo. La belleza de una naturaleza enigmática o poco observada haría que de repente llegara el momento para dejarse ahogar en una ola de amor y pasión. Él aprovecharía el encanto del cielo y trataría de besarla con la furia que solo se da en películas cursis y para cuando se diera cuenta, el encanto ya se habría perdido y la única emoción a la que podrían recurrir sería la vergüenza. O tal vez esta misma belleza de este común fenómeno solar favorecería una larga y bien dada conversación sobre la posición del humano en su mundo, de su relación con la naturaleza, de las relaciones humanas. La transición a un beso bien plantado en la realidad del momento sería fácil y oportuna. — ¿Quieres uno? Había observado la manera en que encendía su cigarrillo. Hacía algo de viento y tardó un buen rato hasta que pudo sosegar la danza de la llama de su encendedor. El humo se perdió rápidamente en la corriente de aire que corría al lado de su rostro y ella se preguntó si su piel absorbería su olor, si pasaban una noche juntos, de la misma manera que absorbe el olor a tabaco. — Por favor. La vista del parque no era espectacular o más bien la ciudad no tenía nada de espectacular vista de cualquier ángulo. La mezcla de edificios viejos y modernos creaba una confusión visual; la combinación de diferentes alturas, de diferentes materiales y de distintas arquitecturas le daba un carácter de ciudad sin dirección. Lo único que rescataba un poco de belleza en esta aburrida ciudad eran los juegos que hacía la luz del sol con los cristales de las ventanas. —Mi abuela me dijo alguna vez que si uno lograba adivinar por qué ventana de un rascacielos entraría el sol una vez que las nubes lo descubrieran, podría saber el pensamiento de toda mujer…Pero desafortunadamente tengo la vista de un murciélago y no puedo distinguir ni colores. ¿Una ayudita, por favor? —Eres un tonto, sonrío.

Mael Vizcarra ‘09

12


artistas

angelito, angelito cara de luz y de tristeza brillas como la luna sobre el diamante mar en una noche de verano como ésta. ojitos negros ojitos profundos leen mis palabras como si fueran su guía su propia bíblia su paleta.

te pinto con el azúl de diez mil lagos. me pintas con el verde de una isla. artistas juntos encendemos la noche como si fuera un arcoiris en un mundo blanco y negro. y entonces viene la mañana el día sin sonido el sol sin color. e invisibles y solos limpiamos el lienzo del cielo y borramos las figuras de una pintura que pudiera haber sido.

John Medeiros is originally from Providence and now lives in Minnesota


Hija de la Condenación Un arrepentimiento profundo me invadió, me

estranguló, me degolló

con ferocidad y habilidad, el verdugo de mi alma, de mi razón.

Sobre todo me arrepiento del momento en que

me di por vencida debajo un techo ensuciado

con el zumbido alcohólico del libertinaje hinchando mis venas mis arterias,

las cámaras de mi corazón.

Y el peso de la decisión efímera,

el movimiento del cuerpo que me dominó, el peso del cuerpo impaciente,

el movimiento de la decisión en la mente atormentada

de la hija de la condenación, la hija de la inocencia podrida y de un arrepentimiento demasiado atrasado

que sin embargo me invadió, me estranguló, me degolló en esa cama de destino.

Bianca Figueroa-Santana ‘10.5

14


Reflexión Alguien alguna vez me dijo que para escribir bien uno tiene que escribir lo que uno sabe. Alguien más, me dijo que el hombre le teme a lo desconocido porque no lo puede definir. Por eso la necesidad de saber lo que uno ve, de nombrar lo que uno se encuentra, y de definir lo que ya esta definido.

una teoría acertada.

Pero he aquí un problema: tratar de definir lo que ya esta definido. Recuerdo leer en alguna parte que estamos por llegar al punto de la sobresaturación de la información. El deseo de saber y conocer se ha convertido en una incesante tarea del ser humano. Una tarea que limita más raramente amplía.

Pero, ¿para qué oponer visiones apolíneas en contra de visiones dionisiacas? La oposición crea justo eso, oposiciones. Hay que convertir una dialéctica simbiótica dónde ambas puedan coexistir, pero es más fácil decir que hacer. Tal vez una visión utópica y no realista. Pero es difícil ver un mundo solo en términos realistas ya que el realismo suele caer en un pesimismo innecesario.

Dionisio ha sido olvidado mientras que Apolo ha sido alabado. Nuestras preocupaciones se han convertido en producto de una visión justa de llamarse una monomanía. Una monomanía por lo bello mientras que lo desconocido – aquello que nos acecha, nos asusta, nos conmueve – ha sido reprimido. Pero nuestro método de pensamiento esta demasiado arraigado en estas ideas que sería muy difícil deshacerse de estas mismas. Se habla de una catarsis, pero creo que ésta sería inevitablemente destructiva. Es imposible borrar el disco duro , o cómo vulgarmente se dice “hacer un borrón y dar cuenta nueva”. ¿Por qué la fragmentación? ¿Acaso es una respuesta para el mundo moderno? Quizás. Quizás el mundo se ha convertido en un mundo que traspasa nuestras capacidades y por eso el intento de fragmentarlo, para poder empezar a comprenderlo. Para empezar a comprender lo que hemos creado. Tal vez una teoría cínica, o tal vez

Las preocupaciones de nuestra sociedad han llegado a unos límites imaginables. A limites sin sentido y sin propósito. Preocupaciones enfocadas en una estética falsa empezada por Wincklemann que han cobrado proporciones imprevistas.

Preguntas y más preguntas. Nos han inculcado ha hacer preguntas, pero, ¿nos han inculcado a construir respuestas? La respuesta queda en tú territorio.

Louis Trujillo ‘09

Colombiana en Movimiento, Joshua Tropp; photograph

15


Endecha (Funeral Song) Evening falls and its sky stretches out like six-fingered hand and its moon spills over the peninsula the way time spills over people. A people who sigh at the loss of yet another ghost drowned somewhere off the Lisbon coast. All the souls within me mourn. Thousands of miles away, in this land of free and brave, the quill of history stops to sigh and fails to record the baby once nursed by the breast of a mother still cursed. It chronicles instead the songs of the whaling ships the secrets of the cotton mills and the needle trades. Yet all the souls within me mourn for the boy once ripped from the cradle of his motherland, who now wanders his life without latitude, without longitude. Who sings as though it mattered a noite é uma lembrança que não escurece nada. evening is a memory that darkens nothing. Not the cracked nipple of an empty breast. Not the fading of a ship as it sails west. Not the sudden loss of a mother tongue. Not the sound of a song better left unsung. Not the unlived future of a country long gone. Not the crying souls that within me mourn.

John Medeiros

16


De Noche, Emmanuel Briseño ‘08.5; Oil on Canvas

17


18

Venezia, Sandra Valenciano ‘08; Photograph, Sometimes moments are ephemeral and places are surreal. My time in Italy was a magical reality that was alive then gone in the click of a shutter.


Siento que caigo como hoja o como lluvia de todos modos, como otoño de todos modos voy mojada y crujiente y siento frío, y siempre siento en el aire que podría ser el piso. El piso sigue y yo caigo el piso sigue y hace viento pero el viento viene, y no es. El piso sigue venga viento o no venga o no caiga pero caigo, y es por eso que el piso es un piso, y no techo pero techo como el piso sólido e incuestionable. Siento que caigo como hoja o como lluvia y tan cerca estoy del piso que ya veo lo que ha caído y asi, es otoño.

Caigo

Siento frío sin saber si el invierno llegará. De todos modos caigo, a veces, creo que vuelo hacia un techo invertido por el orden del frío. A veces, por el piso, vuelo a veces y caigo siempre. Por el piso yo soy pluma azul y roja, arrancada y consciente la pluma no es mas que hoja ansiosa, lluvia solitaria de mil vueltas de colores. De todos modos, caigo.

Heilyn Paulino ‘09, “El poeta siempre muere mañana, sin poder decidirse entre revivir o seguir viviendo.”

19


My María María, immigrant from Maracaibo. Small homogenous town becomes her new home. The young men from middle school admire her uncommon smell of ripe lemons and smooth rum, her mildly darker skin, melodic moist lips, the modest movement of her hips, her moderately buxom form too premature for this hormonal environment, her tempting eyes. She meets him: handsome Matthew, embodiment of the animalistic maturing male. His brumal, manipulative manner seduces and misleads the flame of María. Morning, nude, on an unfamiliar mattress; memory of last night: Simple murmur from her trembling mouth swims nimbly through the benumbed air of the masculinized room. Her misguided embrace melts his pallid, clammy back as he plummets his malevolent member into her warmth. Cold as marble, his mass firmly pressed against her stomach, smothering the beautifully humble embers. Mere minutes more of the smokiness. Empty orgasms. Months pass. María, rumored tramp amongst teens. Her once musical, summer-like movement now the clamoring stumble of autumn; her smoldering ambrosial demeanor is no more, submerged in the waters of monochromatism. His complexion is a light caramel since that rhythmic night with María. Matthew admits no blame as he charms immature females with his tan and muscular arms. Morose María, mourns as she remembers the moans of her first time.

Alex Tudela ‘10

20


Daniel Villalobos ‘09; Oil on Canvas

21


Deep depths of shadows Cascade brick walls On which a man Has built a life A technical trade Giving rise to a youth Skinny bones and guitar strings Broken family lacks a love Deep depths of shadows Follow him to bed Arousing a dream life Of what should be A long life Of nothing gone right

(The Glory of Darkness)

Always fucked Unforgiven Deep Depths of Shadows Call him down But he rages A collapse here and there Sending naysayers good wishes Empowering the void With a Solitude Is a oneness “Deep depths of Shadows Can go to Hell.” He yells From a death bed And a smile.

Michael Ramos-Lynch ‘09

22


It seems like yesterday when we made Cuban cookie crumbles and flan for a bake sale to raise money for SOMOS. We remember many sleepless nights spent baking and brainstorming on how to raise money and make this magazine a success within the Brown community. Fast forward four years, our once baby has evolved into something we are all so extremely proud of, and our dream of making SOMOS an outlet for Latino talent and expression has come true. Today, we are proud to say that SOMOS is a thriving Latino presence on campus and has much promise for future years. We can only imagine it getting bigger and better. Being a part of SOMOS has been a blessing and a pleasure. And having the ability to do more for the Latino community has made this entire experience worthwhile. Thank you to everyone who helped and supported SOMOS. Thank you to everyone who has contributed and worked with us. Prof. Julio Ortega- gracias por su apoyo. Usted siempre serรก uno de nuestros profesores preferidos. Natacha & Jorge - thank you for a great four years. I love you guys! And for the spirit of freshman year, picture us with a cape and a fist in the air screaming SOMOS!!!! Karina- you are the glue that held us together. Thank you for all of your late-night emails, correspondence, and getting the SOMOS name out there! Jennifer- thank you for your undying passion and dedication to the magazine. You are a unrelenting force driving us forward. We love you all SOMOS Seniors 2008, Jennifer Jorge, Natacha, Karina

23


Kam Sripada ‘09; Photograph


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.