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^ estoria de peixe

C a r o l i n e S t e i n f e l d ' 1 4

Uma estoria de curvas, e ciclos Uma estoria de ondas de mare alta Uma estoria de mare baixa —Ou de pescador, quern sabe?—

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Uma estoria de descidas e escadas sem fim espiralando na curva de uma concha Escadas as quais descia e nas quais tropecei uma noite qualquer (uma noite azul):

brincava de pescar

deparei no peixe, e dai pra frente o problema. engasguei nos espinhos, cortei o dedo nas escamas, e ao abrir a ca ueparei-me com o amor incrustado no intestino. era pedrinha preta ou perola, irregular mas lustrosa irradiava um som de luar confundia os sentidos e convocava as estrelas o cheiro de maresia e a vermelha ferrugem metalizava-se no instante amargura na minha boca, mercurio: instantanea fisgada no estomago.

As maos; sangravam, e nao paravam e a garganta atravessada com um espinho estragava a voz e arranhava o som entao parei, calei. Perguntei em silencio para esse peixe.

E na brancura brilhante do olho morto A cinica situa^ao espetava-me o sentir: ja era uma carcaca: nunca responderia!

Soltei a faca, suspirei e olhei

em volta: muitas cores, e as sombras das grrtantes gaivotas danpando na areia suja,

afJIc 5 , a§ulhando ° horizonte algas verdes alinhadas na praia a m°arJn^aS'^nUiaS a maioria quebrada, muitas conchinhas

Fofasstm ? n°rP6 df qUem caminha -roi assim que ficou, fisgado, esse cinico olhar na minha mente.

Ja, no meu corapao, uma escama a mais acumulava-se n. ,JSS'm ^Urgia a Per§unta verde-azuladasabe um dia serei peixe tambem?'